Arthur Darvill em Doctor Faustus – nós assistimos!

Nossa convidada especial foi assistir a peça do Arthur Darvill (Rory) em Londres e conta TODOS os detalhes de como tirou foto com ele #todasinveja

Por Adriana Rendelucci

“Why this is hell, nor am I out of it.
Think’st thou that I, who saw the face of God,
And tasted the eternal joys of heaven,
Am not tormented with ten thousand hells
In being deprived of everlasting bliss?
O Faustus, leave these frivolous demands,
Which strike a terror to my fainting soul.”

Lendo este trecho é como se eu visse a cena acontecer em frente a mim novamente. Lembro da expressão do Arthur Darvill, dos gestos, da voz ecoando pelo Globo e até da leve garoa que caía naquele momento.

Doctor Faustus (Fausto aqui no Brasil) foi criada por Goethe em 1806 e está sendo apresentada até o dia 02 de outubro no The Globe (teatro de Shakespeare) em Londres. Adaptada por Christopher Marlowe e dirigida por Matthew Dunster, a peça trata de Fausto (Paul Hilton), um homem muito conhecido por sua sabedoria, que faz um pacto com o Diabo (Nigel Cooke): Se o espírito de Mefistófeles (Arthur Darvill) o servir por 24 anos, Fausto dará sua alma a Lúcifer.

Para muitos, como eu, a estória não atrai, mostra-se chata, mas seus efeitos visuais são magníficos. Devo admitir que saí de lá adorando e até com vontade de ler a peça! Foi uma grande surpresa e não me arrependo de ter ido, acho que iria até se o Arthur não estivesse lá. Sim, eu escolhi assisti-la por causa dele and I regreat nothing!

Mas a grande história deste post não é a peça, é ele, o maravilhoso Arthur Darvill e como o conheci.

Era uma quinta-feira, 22 de julho, eu havia pegado uma chuva fortíssima (chuva em Londres? Que grande novidade) enquanto ia de Covent Garden para o teatro, já havia me perdido também, nunca fui muito boa em acertar caminhos… Mas enfim, depois de muita luta consegui chegar com quase duas horas de antecedência. A fila para a peça começaria no portão de fora, mas eu fui por dentro mesmo assim, precisava falar com um segurança, descobrir se tinha um modo de encontrar o Arthur antes da apresentação já que no final eu terei que correr para o metro para chegar em London Victoria a tempo de pegar o trem de volta para casa.

Tive a sorte de encontrar um moço super simpático perto do bar, perguntei o que precisava e ele me falou para esperar perto da lanchonete que uma hora ou outra o Arthur passaria por lá. Em menos de cinco minutos meu acampamento (suco e bolacha) já havia sido montado e eu estava a mostrar fotos dele para minha mãe, assim se ela o visse e eu não, ela saberia quem era. Ficamos por uma meia hora ali, sentia que ela perdia a paciência, então comecei a torcer para que ele passasse logo, mas não foi o que aconteceu.

Comecei a achar que não o veria, as esperanças começavam a se dissolver, mas aí o segurança veio até nós e disse que ia procurá-lo, se ele já estivesse lá, ele viria nos encontrar. Chorei, literalmente, de emoção só de pensar em que Arthur Darvill viria me encontrar, era muito sonho! E, de fato, era sonho: ele ainda não estava por lá.

Batemos um papo com o simpático segurança que nos contou que o Arthur é sempre muito simpático com todos, para pra tirar fotos, dar autógrafos e conversar com os fãs e que, normalmente, os funcionários tinham que colocar cadeiras e mesas naquela região por causa da quantidade de fãs que esperavam encontrá-lo. Foi então que olhei ao meu redor, só havia eu e minha mãe ali e faltava menos de uma hora para o início do espetáculo. Isso significava uma única coisa: Eu teria o Arthur só para mim por alguns minutos, não precisaria dividir sua atenção.

E depois de uns 15 minutos ele apareceu. Lembro até agora da sensação de vê-lo aparecer na escada depois de tanta espera, não acreditei que realmente era ele ali, perdi a voz e os movimentos, a única coisa que consegui fazer foi acompanhá-lo com o olhar.
Minha mãe então veio até mim e perguntou o que eu tinha, não consegui nem olhar para ela, muito menos respondê-la, então ela o viu: “É ele?” eu acenei positivamente e, ao ver que eu não me mexia, ela foi até lá e falou algo, que depois descobri ser “Desculpe te atrapalhar, mas minha filha veio do Brasil para te ver, mas ela perdeu a voz.”, e então o Arthur olhou para mim e me chamou. Sim, Arthur Darvill me chamou! Eu estava definitivamente sonhando!

Até agora não sei como consegui caminhar em direção a eles, só sei que fui, mas, assim que parei em sua frente e aqueles lindos olhos azuis/verdes me encararam, pronto, perdi toda e qualquer noção, nem “Oi” eu fui capaz de dar! Ele ficou responsável por tal ato e isso que eu que tinha ido lá para conhecê-lo e não o contrário! Mas enfim, minha mãe teve que pedir o autógrafo já que eu tinha perdido a habilidade da fala e enquanto ele assinava tentou até puxar assunto, mas, bem, mico total para mim que não fui capaz de responder. Tiramos uma foto juntos e já que o constrangimento reinava por lá, Arthur comprou sua banana e, muito sem graça, despediu-se e foi se arrumar para entrar no palco. E eu, bem, a ficha caiu e eu comecei a chorar.

Minha felicidade era tanta que não pude evitar as lágrimas, não tinha como, aquilo era muito surreal! E então, depois de agradecer o segurança por toda a ajuda que ele tinha prestado – e receber um “Oh my” dele e da garçonete por causa do meu estado – fui assistir uma das melhores peças que já vi!