Review: The Angels Take Manhattan

Se você começou a assistir a The Angels Take Manhattan (7×05) com a estranha sensação de que estava vendo o programa errado, junte-se ao clube. Os primeiros cinco minutos do episódio parecem saídos de um filme de detetive dos anos 30, com direito a sobretudos, chapéus e narradores misteriosos. Só somos apresentados ao bom e velho trio principal da série depois da abertura, já sabendo o tamanho da encrenca: os Anjos Lamentadores, ou Weeping Angels, invadiram todas as estátuas de Manhattan e construíram seu próprio quartel general em Nova York.

 

Como não podia deixar de ser, os Anjos estão especialmente cruéis nesse episódio – e é claro que sobra para Rory. Enquanto vai pegar cafés para Amy e Doctor, o sr. Pond é transportado diretamente para os anos 30, onde encontra com nossa diva River Song. Assinando com o nome de Melody Malone, a esposa do Doctor mantém um livro sobre o que acontece na Nova York do passado, e é por conta dele que ela e Rory são encontrados pela Tardis. Só tem um problema: sempre que a história é lida, suas páginas se tornam verdade “escrita em pedra”, ou seja, impossível de mudar. River até tenta dar um jeitinho de ir contra as regras para salvar a cidade das garras de pedra dos Anjos, mas sem sucesso. A coisa começa a complicar quando o grupo descobre que os Anjos estão particularmente interessados em Rory, e que já têm um plano para ele – trancá-lo, sozinho, em um dos quartos do hotel até a velhice. O jeito é criar um paradoxo poderoso o suficiente para destruir o poder dos Anjos, que já se apropriaram até da Estátua da Liberdade (medo!).

O episódio inteiro é um banho de atuação. River Song continua maravilhosa, e demonstra sua força como nunca – é uma das raras ocasiões em que conseguimos ver um lado mais frágil da arqueóloga, ainda que por um curto período de tempo. Amy também dá um show de força e girl power, e mostra uma coragem inacreditável ao lado de Rory. E o que falar do Doctor mostrando a falta que os Pond farão nas próximas aventuras, e gritando para a Amy voltar? Amor.

 

“The Angels Take Manhattan” é o episódio mais marcante da temporada até agora, por vários motivos. Além de termos a volta de River – sempre um sinal de que a situação tá pegando fogo –, é a última chance que teremos de ver os Pond. A despedida do casal esteve bem marcada por toda a temporada, inclusive nos episódios curtinhos de Pond Life, e finalmente se concretiza. Apesar de já estarmos preparados para a despedida, a despedida pode tirar algumas lagriminhas de quem é fã do casal mais aventureiro das galáxias :’). A despedida é rápida e dramática, com direito a um recadinho de Amy depois que tudo acabou.

Ao mesmo tempo, dá para perceber que Steven Moffat está repetindo um padrão dos últimos episódios: além de se tratar de histórias mais independentes, o foco está muito mais nos conflitos entre personagens do que a resolução do problema alienígena. Ainda que os Anjos estejam por todo lado, o episódio é muito mais sobre a relação entre os casais Rory-Amy e Doctor-River, além das constantes referências de River a seus pais humanos. <3

O episódio não é importante apenas por ser o adeus definitivo dos Pond. “The Angels” também se fecha um arco começado por Steven Moffat lááá no começo da quinta temporada, quando o Doctor regenerado vê um novo rosto pela primeira vez. É o fim de uma era transformadora para a série, e com as grandes mudanças que já rolaram até agora – como o Doctor sendo apagado de todos os registros do Universo e tendo a chance de recomeçar e refazer seus inimigos , hê –, dá para prever que novas mudanças vêm por aí. A única dúvida que fica é: como a gente vai sobreviver até dezembro?!