[Resenha] The Day of The Doctor (leia: FULL OF SPOILERS!!!)

E FINALMENTE o dia chegou! E meu Deus, QUE DIA! Ao redor de todo globo o dia era realmente o dia do Doutor! Segundo os dados de audiência da BBC, tirando cinema e iPlayer, o especial teve uma audiência de 10.2 milhões só pela BBC1! Imagine se eles fossem contar a audiência worldwide… Parafraseando uma música do The Pixies, o especial não foi nada mais do que GIGANTIC, a BIG BIG love!

Nos minutos que antecederam o filme tivemos uma pequena introdução engraçadinha com Strax ensinando as penalidades por atrapalhar a sessão, bem no estilo que todo cinema tem, só que sem as pipocas dançantes, e sim com um horda de Sontarans sentados esperando o especial começar. E falando em pipocas, lembrem-se: Pipocas sentem dor!
Logo depois vemos a introdução do próprio Doutor para a apresentação principal. Sim, Matt Smith – tirando gritos de delírio de todas as menininhas da sala – falando do quão incrível foi assistir o especial de 100 anos em 12D, e que veio assistir o de 50 anos, mesmo esse sendo em míseros 3D. Lembram dos gritinhos que eu acabei de falar? Pois é, essa quantidade triplicou quando no lugar de Smith vemos aparecer na tela David Tennant, mais velho do que de costume, mas fazendo a fangirlice das demais emergir como sempre, ou se duvidar mais forte. Apesar de não ter nenhum peso na trama do especial, esse minutinhos servem pra aquecer o povo pelo que estava por vir. E é claro, ver o 10º tirar sarro do queixo enorme do 11º é impagável.

Mas sim, o especial…aaaah e QUE ESPECIAL. Os primeiros segundos já me deixaram, e de quebra todos os fãs da série clássica, surtando como se não houvesse amanhã; de cara já vemos a abertura da série, mas não esses vórtex coloridos, com TARDIS girando e nomes pipocando na tela como estamos acostumados, mas sim um lindo mix de preto e branco sacudindo enquanto duas palavras emergem discretamente: DOCTOR WHO. Sim, a abertura original foi como tudo começou, seguindo do começo EXATO de An Unearthly Child, com a porta do lixão de Totter’s Lane aparecendo, e um guarda passando na frente. E como se surpresas não fossem o bastante vemos também a escola onde Susan estudava, onde descobrimos que a mais recente professora é ninguém menos que Clara, que ao chamado do Doutor sai correndo em sua moto para encontra-lo, e em que horário oportuno, 17:15, exatamente a mesma hora em que foi exibido o primeiro episódio pela primeira vez.

Avançando um pouco, vimos o 11º Doutor e Clara sendo quase que raptados pela UNIT, numa tentativa de chamar para o serviço seu bom e velho Conselheiro Científico. E claro, as referências se tornam ainda mais aparentes quando Osgood aparece vestindo o cachecol icônico do 4o Doutor. O mistério envolve quadros gallifreyanos que ficam expostos na parte mais secreta da galeria de artes de Londres, e que lindo são os quadros. Pinturas em 3D, momentos presos no tempo, dentro de uma moldura.

Um dos pontos altos do especial, em minha opinião, é a total não-linearidade. De repente, da galeria de artes pulamos a cena pra uma Gallifrey em Guerra, pessoas correndo, crianças chorando, e uma TARDIS surrada estacionada num canto, enquanto o proprietário pixa em um muro, na base do tiro, NÃO MAIS. Uma mensagem para os Senhores do Tempo, para despistar toda a alta cúpula enquanto o próprio Guerreiro entra na sala de armas para roubar a arma mais poderosa do Universo, o Momento. E que boa surpresa é ver que a interface visual do Momento se apropria da forma de uma pessoa que ele sabe que é importante para o próprio Doutor, Rose Tyler…ou melhor, o Lobo Mau, que para a tristeza de alguns, só aparecia para o Doutor de John Hurt, quase que como um Grilo Falante, mostrando para o Guerreiro qual vão ser as consequências de cada uma de suas escolhas, mas sempre se mostrando neutra.

Mais adiante vemos o 10º Doutor, na Inglaterra elizabetana, investigando um mistério sobre os Zygons ao lado da Rainha Elizabeth I, que acaba sendo pedida em casamento para atestar se ela realmente é a rainha. As cenas são impagáveis, com um Doutor que esperávamos há muito tempo ver de novo, e todo um clima de mistério cômico quando nos víamos sem saber qual era a verdadeira Elizabeth e qual era a falsa.

É aí que os três ambientes se mesclam. Um portal no tempo e espaço se abre ligando os cenários, e novamente o Fez é usado pra mostrar ao telespectador a linha do tempo sendo traçada. O chapéu sai da Inglaterra contemporânea (11º), passa pra Inglaterra elizabetana (10º), e então para um deserto em Gallifrey (Guerreiro). Então o 11º pula no vórtex, que dá no cenário do 10º, que logo depois ganha a presença do Guerreiro, para o desespero dos outros dois.
Daí pra frente temos mais uns 40 minutos de filme que desenrolam o mistério do derradeiro dia da Guerra do Tempo, com os três Doutores vendo como cada um foi/vai ser, e por vezes desaprovando os jeitos, mas por outras vezes trabalhando em equipe de uma forma que não víamos desde The Five Doctors.

Os Zygon acabam se tornando só uma desculpa pra manter o especial um pouco na Terra, mas o ponto alto são as cenas em Gallifrey, com toda sua larangice e suas roupas espalhafatosas (por mais que agora não tanto quanto antigamente), e claro, junto com o cenário, o eterno dilema do Doutor, agora x3, de explodir ou não Gallifrey do mapa.
Lembram quando eu falei que o Lobo Mau era a conciência de Hurt? Poir bem, Clara tem o seu ápice no especial se mostrando como uma conciência também, mas essa não neutra como a anterior, mas otimista, mostrando que se o Doutor fez algo de que se arrepende no passado, nada mais justo do que aproveitar essa oportunidade única para consertar seus erros. Clara foi o gatilho que ativou a redenção do Doutor, sendo ele o Guerreiro, o homem que se arrepende, ou apenas o homem que esquece.

Daí pra frente são só pontos altos! O tres Doutores descobrem como NÃO MAIS explodir Gallifrey, mas sim como apenas deixá-la suspensa em um universo compacto, não sozinhos, mas sim, com a ajuda de todos os outros Doutores, fazendo o incrível total de 12…ou seriam 13?

SIM, SENHORAS E SENHORES! É PETER CAPALDI EM SUA PRIMEIRA APARIÇÃO OFICIAL NA SÉRIE!!! (mesmo que só os olhos…)

Depois de todo o fôlego perdido com os gritos que o cinema EM PESO soltou, ainda tivemos que ter folego para a última cena, a despedida. Onde víamos um John Hurt não numa postura de guerreiro, mas sim redescobrindo o Doutor dentro de si, entrando em sua TARDIS e, de portas fechadas, começar sua regeneração. Sim, minha gente, começamos a ver o Guerreiro voltar a ser o Doutor, regenerando no 9o, mas infelizmente não por completo. Realmente, o dia do Doutor, foi também o dia que o fandom torceu o nariz para as escolhas de Christopher Eccleston.

Com a partida de Tennant temos a frase que mais martelou nas cabeças dos fãs por tempos: “Eu não quero ir”, mas não se tratando de sua regeneração, mas sim sobre a fatídica ida aos campos de Trenzalore.

Mas aí, AAAAAAAAÍ vem a cartada final, que redimiu de vez tudo que Moffat já fez. O momento final mostra o 11º Doutor sentado no museu esperando o curador chegar para lhe falar, e QUEM era esse? Ninguém menos que TOM BAKER. A cena foi um abraço apertado tanto em todos os fãs quantos no próprio Tom. E claro, como palavras NUNCA vão conseguir descrever esse momento, nada melhor do que a própria cena.

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Por fim vemos o Doutor, olhando para Gallifrey, agora não destruída, ao lado de cada um de seus outros corpos. Simplesmente fantástico.

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Agora é sua vez, conta pra gente aqui embaixo como foi a SUA visão de tudo. Mostre pra gente como foi o seu dia do Doutor. E é claro, lembrem-se, ainda temos o especial de natal 😉

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